terça-feira, 19 de maio de 2015

Acidentes com cnidários: caravelas-do-mar e águas-vivas

Por Luis Eduardo da Silva Costa, estudante de graduação em Oceanografia pela Universidade Federal do Maranhão         
          
           Um dos maiores problemas com cnidários são os acidentes relacionados aos mesmos, quando eles por algum motivo vão parar na areia da praia acabam virando os vilões causadores das temidas “queimaduras”. Os cnidários são responsáveis por cerca de 25% dos acidentes com animais marinhos, esses acidentes acontecem por meio dos tentáculos portadores de células microscópicas chamadas nematocistos que soltam toxinas que causam o envenenamento.
Das 26 espécies de cnidários encontradas no Brasil apenas 5 são consideradas perigosas, são elas:

Figura 1 Tamoya haplonema: cubomedusas 

Figura 2 Chiropsalmus quadrumanus

Figura 3 Olindia sambaquiensis

Figura 4 Physalia physalis

Figura 5 Chrysaora  lactea

        No verão de 2011/2012 no estado do Paraná houve um surto de cnidários causando a interdição de trechos de algumas praias ao longo do litoral, chegando até em um único final de semana serem registrados mais de 3.600 casos de acidentes relacionados a esses animais. Já em Pernambuco foi feito um estudo levantando dados sobre os acidentes com os cnidários, entre outubro de 2001 e abril de 2002 com arquivos de hospitais, postos praieiros e grupamentos salva-vidas. O estudo mostrou como alguns pontos para o atendimento das vítimas ainda não dispunham de local apropriado, por outro lado pontos de atendimento como o Grupamento dos Bombeiros Marinhos e o CEATOX dispunham de bons materiais e instalações para assistência no salvamento e resgate das vítimas. Outro quesito que o estudo levantou foram entrevistas com profissionais que trabalham naquela área, onze biólogos, dois médicos dermatologistas, dois salva-vidas, um mergulhador e um pescador e uma das perguntas foi “Ao ser atacado por um cnidário, o que fazer?”


Isso sinaliza que boa parte desses profissionais está seguindo recomendações corretas sobre o que fazer perante os acidentes, como lavar com agua de mar gelada e/ou vinagre. Com isso vão surgindo medidas para tentar solucionar os problemas com acidentes, como trabalho educativo e mais informação para os banhistas que frequentam áreas com índices de acidentes, esse trabalho seria uma parceria dos postos de atendimento nas praias juntamente com a população para que o número de ocorrências diminuísse.

REFERÊNCIAS

HADDAD JR V. Atlas de animais aquáticos perigosos do Brasil: guia médico de diagnóstico e tratamento de acidentes. São Paulo: Rocca; 2000.

HALSTEAD BW, AUERBACH PS, CAMPBELL D. A Colour Atlas of Dangerous Marine Animals. London: Wolfe Medical Publications; 1990.


NEVES, RICARDO F.; AMARAL, FERNANDA D.; Steiner, Andrea Q. Levantamento de registros dos acidentes com cnidários em algumas praias do litoral de Pernambuco (Brasil) Ciência & Saúde Coletiva, vol. 12, núm. 1, janeiro-março, 2007, pp. 231-237.







terça-feira, 12 de maio de 2015

Diferenças morfológicas entre caravela e água-viva

Por Luann Costa, estudante de graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Maranhão
É comum encontrarmos pessoas que acham que caravela e água-viva é o mesmo animal e que é difícil perceber diferenças morfológicas entre eles, mas, hoje, vamos tirar duas dúvidas frequentes da mente de quem pensa que se trata do mesmo animal.
      1- "Afinal, caravela e água-viva é a mesma coisa?"
   2- "Quais características básicas posso perceber na hora de diferenciá-los?"
      Se você tem essas dúvidas, leia com atenção e aprenda um pouco mais sobre as diferenças morfológicas entre esses animais.


                                                               CARAVELA
Fonte: National Geographic
                                                                                                            
            
      Ordem Siphonophora
  • Hidrozoários mais complexos e especializados;
  • Colônias flutuantes; 
  •  Alto grau de polimorfismo.
      Caravela (physalia physalis)
    Fonte: curiosos-br.blogspot
  • Pneumatóforo (flutuador)  

    - Até 30 cm de comprimento
    - Semelhante a uma bexiga;
    - Forma medusóide modificada;
    - Tons azuis, roxos e róseos;
    - Cheia de gases;
    - Na parte superior encontra-se uma crista. 
 
  •   Zoóides polipóides 
- Gastrozoóides (onde encontra-se a boca);
- Dactilozoóides (tentáculo pescador);
- Gonozoóides (onde encontra-se os gonóforos femininos e masculinos).


 

               

                          
     







   ÁGUA-VIVA
Fonte: National Geographic





 Classe Scyphozoa
  • Maioria das formas medusóides conhecidas como “água- viva” ou “mãe d’água”;
  • Medusa é a forma dominante e evidente.
  Água- Viva
  • Umbrela
- Diâmetro de menos de 2 centímetros a 2 metros de diâmetro, ou mais.
- Forma de pires ou hemisfério;
- Margem recortada em lóbulos marginais;
- Cor muito variada.



  •   Tentáculos
- Ropálios (estruturas sensoriais agrupadas em nichos sensoriais definidos da margem umbrelar);
- Manúbrio ( está localizado perto da boca onde encontra-se tentáculos com células urticantes);
- Braços orais (são prolongamentos do manúbrio).




                                                                            Fonte: National Geographic
https://www.youtube.com/watch?v=hNydZ_xRick

REFERÊNCIAS
BRUSCA, R. C. BRUSCA, G. J. Invertebrados. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
INVERTEBRADOS, Manual de aulas práticas, Cibele S. e Rosana Moreira, Ed. Holos. 2002.
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